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Arte ou experiência?

Estamos falando de 2019, quase 2020, a era do piscar de olhos, descartável, da arte como experiência por um dia, ou por uma vida inteira.

A arte, todo mundo sabe, tudo é arte e ao mesmo tempo nada é arte. Muito menos sabemos o que é arte. Confuso? Polêmico? Eu diria extraordinário.

Fugimos do padrão. Queremos sempre mais. A arte trouxe maneiras de consumo, e a tecnologia, a socialização para cultura. Transcendemos entre produtos e tempo de uma maneira tão autêntica, considerando a ressignificância de transformar um guarda-chuva em saco de dormir, uma banheira velha e enferrujada em um sofá com cores vibrantes, confortável e diferente. É ver a beleza das formas em materiais obsoletos, transformando-os, recriando-os, atribuindo uma nova finalidade.

Os artistas estão se reinventando, transformando seus produtos e criando experiências sensoriais para os espectadores através da tecnologia – dois grandes exemplos são o Amsterdam Van Gogh Museum, que criou o primeiro aplicativo de Realidade Virtual para arte, e a Björk, que criou toda uma experiência visual para seu álbum. A interação público versus arte cresce cada dia mais com festivais e marcas ao redor do mundo – com a era da informação do “conceitual” e sensorial – luz, som e imagem num contexto único e sincronizado –, algoritmos interativos desmistificando o real e criando experiências. O Atelier des Lumières em Paris descreve essa forma num espaço de 3.300 metros quadrados e 120 projetores – a formação do primeiro centro de arte digital –, e a mesma forma nasce em Nova York e Miami com Artechouse, dois projetos totais imersivos.

Atelier des Lumières Paris

As novas formas de consumo e mudanças de conceitos nascem num tempo diferente e adaptável – a valorização de objetos digitais e experiências únicas. Artistas com vasta carreira estão se reinventando e abrindo caminhos para novas tendências com técnicas perceptivas e simetria. Yayoi Kusama, japonesa de 88 anos, é a rainha da transformação, criando espaços lúdicos incríveis em salas imersivas ao redor do mundo.

Yayoi Kusama . The Obliteration Room

Obras disruptivas e imersivas estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia como consumo de experiência. Em 2017, o SXSW em Austin no Texas fez seu primeiro line up de artistas visuais concretizando cinco instalações artísticas; já em 2019 a curadoria do festival incluiu em sua programação sete artistas; e para 2020 o programa de arte do SXSW irá aumentar, tendo em vista painéis que abordam a interatividade e visuais experimentais e conceituais que aplicam tecnologias emergentes em ambientes imersivos para estimular a descoberta, a inspiração e a conexão.

A partir de elementos de experimentação – o interconectar dos limites entre os dois reinos, real/fictício e físico/virtual, significa o limiar entre o espaço criado pela tecnologia de projeção e o momento onde o espectador está. Com essa conexão entre som, luz e imagem o sensorial cria novas finalidades. A empresa alemã Avoid/Kinect Lights constrói intervenções artísticas através de movimentos e sinergia – tratando-se deste assunto, consideramos a designer inglesa Es Devlin, presente na série da Netflix “Abstract”, na qual os seus projetos são extraordinários e atraem muitos artistas da música mundial. Recentemente, a icônica stage design criou o projeto The Poem Pavilion Dubai Expo 2020, utilizando a Inteligência Artificial em diversas línguas: árabe, chinês, francês e inglês.

Es Devlin . The Poem Pavilion Dubai Expo 2020

Diante desse consumo da informação, dados e tecnologias – acrescentando o crescimento exponencial, os atributos, a programação, a interação e os sentidos – criam dimensões curiosas. Uma fatia ou 1/4.cc de interesse num assunto totalmente experimental – para essas pesquisas e explicações mais contextuais trazemos em abril de 2020 uma imersão de códigos, arte, tendências, visuais e tecnologia inspirando o futuro e cultivando a cultura.

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Juli Finkler

Publicitária de formação, designer multimídia, co-founder da produtora Pink.mov, sócia da 1/4.cc e criadora do Instagram inspiracional @artenadasei. Vem há dez felizes anos se destacando no mercado visual pelo seu diferencial de vídeos/imagens completas cheias de criatividade. Chega a dizer que imagem e ação é seu slogan de vida, transformando tudo em uma fusão de várias tecnologias que cresce como experiência em captação e edição de imagem, consumo interativo e videomapping, e trazendo cada vez mais experiência ao eletrônico, corporativo, publicitário, shows, ambientes urbanos e freestyle. Em seu currículo: dirigiu a imagem do palco principal do festival Planeta Atlântida, cursou Fotografia pelo MoMa NY (EAD) e participou artisticamente do SP Urban Festival Team – Samsung Conecta com a obra “Desconstruindo o Simples Descontruído”, que foi projetado no Mirante 9 de Julho, Auditório Ibiraquera, Cinemateca e FIESP (Av. Paulista), além de executar projeto de videomapping Vista S/A + adidas skateboarding.

Os artigos apresentados e assinados não refletem necessariamente a opinião da CDA Design, mas demonstram a diversidade de ideias que respeitosamente defendemos.

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